FUNGOS
Imagem de microscopia de varredura
eletrônica (cores adicionadas) de micélio fúngico com as hifas (verde),
esporângio (laranja) e esporos (azul), Penicillium sp. (aumento de 1560 x).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a
partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte.
Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua
diferenciação das plantas:
não sintetizam clorofila,
não tem celulose na sue parede celular, exceto alguns fungos aquáticos
e não
armazenam amido como substância de reserva.
A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies
fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células
animais.
Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras,
ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores.
Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.
Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.
São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos
saprofíticos, ou viva—fungos parasitários.
Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos
verdadeiros.
Os componentes principais da parede celular são hexoses e hexoaminas, que
formam mananas, ducanas e galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina
(N-acetil glicosamina), outros possuem complexos polissacarídios e proteínas,
com predominância de cisteína.
Fungos do gênero Cryptococcus, como o
Cryptococcus neoformans apresentam
cápsula de natureza polissacarídica, que envolve a parede celular.
Protoplastos de fungos podem ser obtidos peloo tratamento de seus cultivos, em
condições hipertônicas, com enzimas de origem bacteriana ou extraídas do
caracol Helix pomatia.
Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em
animals, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo
de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa.
ESTRUTURA DOS FUNGOS
Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias
de dois tipos:
- leveduriformes;
- filamentosas.
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por
microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas.
As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas;
são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de
tubo—as hifas.
As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Possuem hifas
septadas os fungos das Divisões Ascomycota,
Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das Divisões Mastigomycota
e Zygomycota.
Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que
se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de
sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio
vegetativo.
O micélio que se projeta na superficie e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo.
Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.
O micélio que se projeta na superficie e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo.
Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.
Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados,
segundo sua origem, em externos e intemos, sexuados e assexuados. Embora o
micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns
fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir
funções de propagação, uma vez que as células fúngicas são autônomas.
Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os:
- blastoconídios,
- artroconídios
- clamidoconídios.
Os blastoconídios, também
denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento da
célula-mãe. As vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe,
formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio.
Os artroconídios são formados por
fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontratos nos fungos
do gênero Geotrichum, em Coccidioides
immitis e em dermatófitos.
Os clamidoconídios têm função de
resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente
arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se
concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou
intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de
nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento
fúngico.
Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios
ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo
conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o aparecimento
de condições adequadas para sua germinação. São encontrados em espécies de
fungos das Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais.
Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro modalidades:
1) fragmentação de artroconídios;
2) fissão de células somáticas;
3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe;
4) produção de conídios.
Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são
produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprie micélio. As
células que dão origem aos conídios são denominadas células
conidiogênicas.
Os conídios podem ser hialinos ou pigmenntados, geralmente escuros - os
feoconídios; apreentar formas diferentes— esféricos, fusiformes,
cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma
só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou
agrupados.
As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao
micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os
conídios. Normalmente , os conídios se originam no extremo do conidióforo,
que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é muito freqüente,
nascem em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste caso são chamados de
conídios sésseis, como no Trichophyton
rubrum.
O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem
diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado de
conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos.
No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias sobre
fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula que é uma
dilatação na extremidade do conidióforo.
Conídios de Aspergillus
agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula.
Nos penicílios falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se
ramificam dando a aparência de pincel.
Como no aspergilo, os conídios formam cadeias que se distribuem sobre as
fiálides.
Quando um fungo filamentoso forma coníios de tamanhos diferentes, o maior será
designado como macroconídio e o menor microconíidio.
Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio,
dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus conídios—os
picnidioconidios (Fig.7). Essa estrutura é encontrada na Pyrenochaeta
romeroi, agente de eumicetoma.
Corte
transversal de um picnídio mostrando conídios.
Os propágulos assexuados internos se originam de
esporângios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são
conhecidos como esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os
esporos são liberados.
Reprodução assexuada interna.
Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com
caráter de sexualidade. O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se com
o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto.
Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos
haplóides, alguns dos quais se recombinarão, geneticamente.
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Reprodução sexuada.
Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se formam no
interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser
simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula,
ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o
ascostroma ou ainda ester contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos.
Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e
apotécio.
O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas
muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo cada um oito
ascosporos.
O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os ascos
nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada, exemplo, Leptosphaeria
senegalensis, Neotestudina rosatii.
O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se localizam os
ascos.
Diferentes tipos de ascos e ascocarpos.
Basidiosporos
Os fungos que se reproduzem por ascosporos ou basidiosporos são fungos
perfeitos. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da
recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes
fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que asseguram sue
disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora reconhecida a forma
sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos imperfeitos. Quando é
descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominação. Por
exemplo, o fungo leveduriforme, Cryptococcus
neoformans, em sue fase perfeita é denominado Filobasidiella neoformans.
A fase sexuada dos fungos é denominada te teleomórfica e a fase assexuada de
anamórfica.
A maior parte das leveduras se reproduzem assexuadamente por brotamento ou
gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento, a célula-mãe
origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um núcleo após a
divisão do núcleoda célula-mãe. Na fissão binária, a célula-mãe se
divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a que ocorre com
as. bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas leve auras, como Saccharomyces
cerevisiae, podem originar esporos sexuados, ascosporos, depois que duas
células experimentam fusão celular e nuclear, seguida de meiose.
O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus.
Consiste na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos
haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e originam núcleos diplóides,
heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação duruante a
mitose. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é
importante na evolução de alguns fungos. A tabela abaixo apresenta, de forma
esquemática, os conceitos mencionados.
METABOLISMO
Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios
obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias
facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na
ausência deste elemento.
Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida
quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada
ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em
atmosfera rica em oxigênio.
Em condições aeróbicas, a via da hexose monofosfato é a responsável por 30%
da glicó1ise. Sob condições anaeróbicas, a via clássica, usada pela maioria
das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que resulta na formação de piruvato.
Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação
alcoó1ica de grande importancia industrial, na fabricação de bebidas e na
panificação.
Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases,
amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de
mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a
formação de enzimas degradativas; há fungos que hidrolisam substâncias
orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos.
Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, contendo
amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substãâncias orgânicas,
de preferência, são carboidratos simples como D-glicose e sais minerais como
sulfatos e fosfatos.
Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio são
exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos requerem fatores de
crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitaminas, como
tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico etc.
Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu
desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada
concentração de sal.
A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies
psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em
geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C.
Os fungos podem ter morfologia diferente, segundo as condições nutricionais e
a temperatura de seu desenvolvimento. O fenômeno de variação morfolôgica
mais importante em micologia médica é o dimorfismo, que se expressa por um
crescimento micelial entre 22° e 28°C e leveduriforme entre 35°C e 37°C. Em
geral, essas formas são reversíveis. A fase micelial (M) ou saprofítica é a
forma infectante e está presente no solo, nas plantas etc. A fase leveduriforme
(L ou Y) ou parasitaria é encontrada nos tecidos. Este fenômeno é conhecido
como dimorfismo fúngico e se observe entre fungos de importância médica, como
Histoplasma capsulatum, Blastomyces
dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Sporothrix schenckii. Na
Candida albicans a forma saprofítica infectante é a leveduriforme e a
forma parasitária, isolada dos tecidos, é a micelial. Em laboratório, é
possível reproduzir o dimorfismo mediante variações de temperatura de
incubação, de tensão de O2 e de meios de cultura específicos. Desta forma
foi possível classificar como dimórficos, fungos nos quais era conhecida
apenas uma das formas, por exemplo, os agentes de cromoblastomicose.
O pleomorfismo nos dermatófitos se expressa através da perda das estruturas de
reprodução ou conídios, com variações morfológicas da colônia. Essas
estruturas podem ser recuperadas nos retro cultivos, após a inoculação em
animais de laboratório ou em meios enriquecidos com terra.
Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja entre 5, 6 e
7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os fungos filamentosos
podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH
alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do
substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de
açúcar, alta pressão osmótica, taiss como geléias, favorecem o
desenvolvimento dos fungos nas porções em contato com o ar.
O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e sues culturas
precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Com a finalidade de
evitar o desenvolvimento bacteriano, que pode inibir ou se sobrepor ao do fungo,
é necessário incorporar aos meios de cultura, antibacterianos de largo
espectro, como o cloranfenicol. Também pode-se acrescentar cicloheximida para
diminuir o crescimento de fungos saprófitas contaminantes, de cultivos de
fungos patogênicos.
Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por
ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a
luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabó1itos, como
antibióticos, dos quais a penicilina é o mais conhecido e micotoxinas, como
aflatoxinas, que Ihes conferem vantagens seletivas.
CLASSIFICAÇÃO DOS
FUNGOS
O Reino Fungi é dividido em seis filos ou divisões dos quais quatro são de
importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
DIVISÃO
ZYGOMYCOTA
Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar estruturas
como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela formação de
zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os esporangiosporos, no
interior dos esporangios.
Os fungos de interesse médico se encontram nas ordens Mucorales
e Entomophthorales.
DIVISÃO
ASCOMYCOTA
Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos
corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em forma
de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascosporos, esporos
sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. Algumas
espéeies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais se formam os
ascos Conídios, propágulos assexuados. são também encontrados.
As espécies patogênicas para o homem se classificam em três classes: Hemiascomycetes,
Loculoascomycetes e Plectomycetes.
DIVISÃO
BASIDIOMYCOTA
Compreende fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção de
esporos sexuados, os basidiosporos, típicos de cada espécie. Conídios ou
propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais
importante se enquadra na classe Teliomycetes.
Principais estruturas de Basidiomycota.
DlVISÃO
DEUTEROMYCOTA
Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e por
isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos
ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os Deuteromycota se
encontra a maior parte dos fungos de importância médica.
fonte:http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm
Algas
Nos sistemas aquáticos marinhos, existe
uma comunidade formadora de uma verdadeira floresta. Ela é constituída
por inúmeros protistas conhecidos simplesmente por algas. Assim como as
florestas terrestres, essa comunidade aquática contribui para o
abastecimento do oxigênio da biosfera.
O habitat e a Importância das Algas
Sob a denominação algas enquadram-se
diversos grupos de protistas diferentes entre si, mas que mantém uma
característica em comum: são todos eucariontes, autótrofos fotossintetizantes dotados de clorofila.
Existem algumas
algas formadas apenas por uma célula. Outras são organizadas em
diferentes tipos de colônias. E ainda há as que são macroscópicas
pluricelulares, sem, porém formar tecidos ou órgãos. O corpo de uma alga
é um talo, ou seja não possui raiz, caule ou folha, mesmo que seja
gigante.
Embora sejam encontradas no meio terrestre úmido, é nas águas doces e no mar que as algas são mais abundantes.
No meio aquático, dependendo do local onde vivem, podem constituir comunidades conhecidas como fitoplâncton e fitobentos.
O fitoplâncton é
uma comunidade formada principalmente por numerosas microalgas que
flutuam livremente ao sabor das ondas. São importantes produtoras de
alimento orgânico e liberam oxigênio para a água e a atmosfera.
Constitui a base das cadeias alimentares aquáticas, formando o que se
denomina "pasto marinho".
O fitobentos é
uma comunidade de algas, em geral macroscópicas (algumas atingem dezenas
de metros) fixas no solo marinho (principalmente em rochas).
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Algas unicelulares. Algas com diversos pigmentos. |
Reprodução Assexuada
Nas algas há dois tipos básicos de reprodução assexuada:
- divisão binária: comum nas formas unicelulares, que ocorrem à mitose para efetuar a divisão da célula.
- zoosporia: comum em algas multicelulares aquáticas. Cada zoósporo, dispersando-se pelo meio, é capaz de gerar nova alga.
Zoosporia das algas
Reprodução Sexuada
Os gametas e os ciclos reprodutivos:
Em muitas algas aquáticas há a produção
de gametas que, fundindo-se, originarão zigotos. Esses zigotos, após
curto período de dormência, sofrem meiose com produção de quatro células
(zoósporos). Cada uma dessas células originará nova
alga, necessariamente haplóide. Note que, neste caso temos um ciclo
reprodutivo no qual o organismo adulto é haplóide.
O ciclo é chamado de haplobionte
(ou haplonte). A meiose ocorre na fase de zigoto, sendo chamada
zigótica. Também é chamada de meiose inicial, uma vez que cada célula
iniciará a formação de novo organismo adulto.
Em outras algas, a geração adulta é
diploide e produz gametas por meiose. Do encontro de gametas, na
fecundação, surge um zigoto que acaba originando um adulto diplóide. O
ciclo reprodutivo é diplobionte (ou diplonte). A meiose é gamética, pois
serviu para formar gametas. Também é chamada de meiose final por que
ocorre no fim do período de desenvolvimento do indivíduo adulto
diplóide.
Alternância de gerações
A maioria das algas multicelulares
apresentam alternância de gerações, ou seja, em seu ciclo de vida
alternam–se gerações de indivíduos haplóides e diplóides.
Ex: Alga verde talosa do gênero Ulva
O ciclo haplodiplobionte ocorre também nas algas e pode ser visto na página que trata de Gimnospermas.
Quanto aos gametas produzidos pelas algas, há casos de:
- Isogamia - gametas masculinos e femininos iguais;
- Heterogamia - gametas masculinos e femininos móveis, flagelados, porém o masculino bem menor em tamanho que o feminino.
- Oogamia- gameta masculino é pequeno e móvel e o gameta feminino é grande e imóvel.
A conjugação
Em algumas algas filamentosos de água
doce ocorre pareamento de dois indivíduos com a passagem, por um canal
de comunicação, de células inteiras de um para outro filamento. As
células são haplóides e após se juntarem originam zigotos. Os zigotos
dividem-se por meiose e a cada célula formada será capaz de originar
novo filamento haplóide. Note que essa conjugação faz parte do ciclo
haplobionte e a meiose do zigoto contribui para o surgimento de
variabilidade.
fonte: Só Biologia
protozoários
Os protozoários pertencem ao reino Protista, do qual também fazem parte as algas. As algas são protistas autótrofos (fabricam seu próprio alimento por fotossíntese
ou quimiossíntese), enquanto os protozoários são heterótrofos (não
sintetizam seu alimento). Este grupo é formado por cerca de 45 mil
espécies, agrupadas em quatro filos: Sarcodina, Flagellata, Ciliophora e Sporozoa.
Esta classificação baseia-se nas estruturas de locomoção. São seres
microscópicos, unicelulares e eucariontes (com núcleo definido).
A maioria das espécies habita ambientes aquáticos de água doce ou salgada, mas algumas são encontradas também em ambientes terrestres úmidos. Possuem papel importante nas cadeias alimentares, em relações de simbiose e também de parasitismo.
A maioria das espécies habita ambientes aquáticos de água doce ou salgada, mas algumas são encontradas também em ambientes terrestres úmidos. Possuem papel importante nas cadeias alimentares, em relações de simbiose e também de parasitismo.
Características gerais dos protozoários
A membrana plasmática da célula de um protozoário pode ser simples ou recoberta por uma carapaça calcária rígida. Através dela são realizadas as trocas gasosas e a absorção e excreção de substâncias.A digestão é realizada através de vacúolos digestivos, estruturas que se formam no interior da célula após a ingestão de partículas externas. Os resíduos são excretados, juntamente com o vacúolo, podendo ser eliminados por toda a superfície celular.
Existem três tipos de estruturas locomotoras: os pseudópodes, os cílios e os flagelos. Os pseudópodes são expansões transitórias do citoplasma, os cílios são filamentos curtos e numerosos, enquanto os flagelos são estruturas mais longas e que, geralmente, ocorrem em menor número.
Os protozoários podem se reproduzir tanto assexuada quanto sexuadamente. Na reprodução assexuada, a célula cresce até se dividir em dois novos organismos. Este processo é chamado de divisão binária. A reprodução sexuada ocorre por conjugação, quando dois indivíduos se unem, trocam material genético e originam novos protozoários. Em algumas espécies, ocorre a alternância de gerações (sexuada e assexuada) e a formação de esporos.
Filo Sarcodina
Os sarcodíneos são protozoários que se locomovem através de pseudópodes, são de vida livre e se reproduzem por divisão binária. Existem cerca de 12 mil espécies dentro deste grupo, que é dividido em: amebas, foraminíferos, radiolários e heliozoários.Muitas espécies de amebas estabelecem relações de comensalismo com o homem e outros animais. Um exemplo é a Entamoeba coli, que habita o intestino de diversos animais sem causar-lhes nenhum prejuízo. Outras espécies são parasitas, como a Entamoeba histolytica, que causa a disenteria amebiana ou amebíase, doença caracterizada por lesões no intestino e fortes diarréias.
Os foraminíferos são protozoários que apresentam uma carapaça calcária externa, formada por diversas câmaras e com inúmeras perfurações. Por cada um desses orifícios são emitidos os pseudópodes. Muitas espécies fósseis são utilizadas como indicadores na busca por poços petrolíferos.
Os radiolários e os heliozoários apresentam pseudópodes extremamente finos e projetados, como raios, ao redor da célula. Eles possuem uma estrutura de sustentação interna, composta por inúmeras placas e espículas de sílica. Os radiolários são exclusivamente marinhos; já os heliozoários podem ser encontrados tanto na água doce como na salgada.
Filo Flagellata
Os flagelados apresentam um ou dois flagelos, através dos quais se locomovem e capturam alimentos. São de vida livre ou sésseis e reproduzem-se por divisão binária ou sexuadamente. Existem cerca de 2 mil espécies de flagelados, muitas das quais são parasitas do homem.A leishmaniose, também conhecida como úlcera de Bauru, é uma doença causada por um flagelado, o Leishmania brasiliensis. É transmitida pela picada de mosquitos contaminados e causa feridas na pele e nas mucosas.
O Tripanosoma cruzi, outro flagelado, provoca a doença de Chagas. A forma mais comum de contaminação ocorre quando percevejos (barbeiros) contaminados liberam os protozoários em suas fezes e, através da ferida provocada pela picada, estes penetram na corrente sanguínea humana. A doença provoca lesões em diversos órgãos, inclusive no coração, podendo levar à morte por insuficiência cardíaca.
Outras doenças causadas por flagelados são a giardíase e a tricomoníase. A primeira causa fortes diarréias e lesões intestinais, enquanto a segunda provoca infecções na uretra e na vagina.
Filo Ciliophora
Os ciliados possuem cílios para a locomoção e captura de alimentos. A reprodução ocorre por divisão binária ou conjugação. As cerca de 6 mil espécies de ciliados são, em sua maioria, de vida livre, existindo poucos exemplares parasitas.Entre os ciliados parasitas, encontram-se espécies consideradas gigantes, para os padrões dos protozoários, como é o caso do Paramecium caudatum, ou simplesmente paramécio, que pode chegar a cinco milímetros de comprimento.
Filo Sporozoa
São protozoários que não possuem estruturas locomotoras. O grupo abrange cerca de 5 mil espécies, todas parasitas de vertebrados e invertebrados. Reproduzem-se através da alternância de gerações sexuada e assexuada e da produção de esporos.Duas doenças causadas pelos esporozoários são a malária e a toxoplasmose. A malária é transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles contaminados por protozoários de três espécies: Plasmodium vivax, P. malariae e P. falciparum. Esta doença provoca acessos de febre em intervalos cíclicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% da população mundial, principalmente nos trópicos, convive com o risco de contrair malária.
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo esporozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiros animais domésticos como gatos, cachorros, roedores, entre outros.
A contaminação pode ocorrer de três maneiras: ingestão de esporos presentes em carnes cruas ou mal-passadas, ingestão de bebidas ou comidas contaminadas com os cistos ou, de forma congênita, quando a mulher grávida transmite a doença ao feto. Alguns dos sintomas dessa doença incluem febre, manchas vermelhas pelo corpo e mal-estar.
fonte: http://educacao.uol.com.br/biologia/protozoarios-organismos-do-reino-protista-sao-unicelulares-e-eucariontes.jhtm
Doenças Causadas por Protozoários
Doenças causadas por protozoários parasitas envolvem, basicamente, dois locais de parasitismo: o sangue e o tubo digestório.
No entanto, a pele, o coração, os órgãso do sistema genital e os
sistema linfático também costituem locais em que os parasitas podem se
instalar. Essas doenças envolvem, em seu ciclo, hospedeiros, isto é,
organismos vivos em que os parasitas se desenvolvem.
Caso o agente parasitário
utilize dois hospedeiros para completar o seu ciclo de vida,
considera-se como hospedeiro definitivo aquele local no qual o parasita
se reproduz assexuadamente. Hospedeiro intermediário é aquele no qual o
parasita se reproduz assexuadamente.
Quase sempre o homem atua
como hospedeiro definitivo; na malária, no entando, a reprodução sexuada
dos parasitas ocorre nos pernilongos que são, então, considerados
hospedeiros definitivos, sendo o homem o hospedeiro intermediário.
Parasitoses mais frequentes no Brasil causadas por protozoários:
fonte: Só Biologia
BACTÉRIAS
As bactérias são seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se
produzem por divisão binária. Elas são células esféricas ou em forma de
bastonetes curtos com tamanhos variados, alcançando às vezes micrômetros
linearmente. Na maioria das espécies, a proteção da célula é feita por uma
camada extremamente resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo
uma membrana citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA,
RNA, proteínas e pequenas moléculas.
Através da microscopia eletrônica, o interior celular aparece com uma
matriz de textura variada, sem, no entanto, conter estruturas internas
organizadas.
As bactérias são pequenas e podem multiplicar-se com
rapidez, simplesmente se dividindo por fissão binária.
Quando o alimento é farto, "a sobrevivência dos mais capazes" em
geral significa a sobrevivência daqueles que se dividem mais rapidamente. Em
condições adequadas, uma simples célula procariótica pode dividir-se a cada
20 minutos, dando origem a 5 bilhões de células ( número aproximadamente
igual à população humana da terra) em pouco menos de 11 horas.
À habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita populações de
bactérias a se adaptar às mudanças de ambiente. Sob condições de
laboratório por exemplo, uma população de bactérias mantida em uma dorna
evolui dentro de poucas semanas por mutações de seleção natural para
utilização de novos tipos de açúcares como fonte de carbono e de energia.
Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de nichos ecológicos e
mostram uma riqueza correspondente na sua composição bioquímica básica. Dois
grupos de bactérias distantemente relacionados são reconhecidos:
- As eubactérias, que são os tipos comuns encontrados na
água, solo e organismos vivos maiores.
- As arquibactérias, que são encontradas em ambientes
realmente inóspitos, como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano,
salinas, vulcões, fonte ácidas, etc.
Existem espécies bacterianas que utilizam virtualmente qualquer tipo de
moléculas orgânicas como alimento, incluindo açúcares, aminoácidos,
gorduras, hidrocarbonetos, polipeptídeos e polissacarídeos. Algumas podem
também obter seus átomos de carbono do gás carbônico e o seu nitrogênio do
N2.
Apesar de sua relativa simplicidade, as bactérias são os mais antigos seres
que se tem notícias e também são os mais abundantes habitantes da terra.
Eletromicrofia eletrônica de uma
colônia de E. coli
As bactérias podem ser classificadas, quanto a sua fórmula, em três grupos
básicos:
- Cocos, que são células esféricas que quando agrupadas aos pares recebem o
nome de diplococos. Quando o agrupamento constitui uma cadeia de cocos estes
são denominados estreptococos. Cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de
uva recebem a designação de estafilococos.
- Bacilos, são células cilíndricas, em forma de bastonetes, em geral se
apresentam como células isoladas porém, ocasionalmente, pode-se observar
bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeias (streptobacilos).
- Espirilos são células espiraladas e geralmente se apresentam como células
isoladas.
Esta é uma eletromicrografia eletrônica de um gram-negativo, o Campylobacter que é um importante patógeno intestinal
CROMOSSOMO
As bactérias apresentam um cromossomo circular, que é constituído por uma
única molécula de DNA bicatenário, tendo sido também chamado de corpo
cromatínico. é possível às vezes, evidenciar mais de um cromossomo numa
bactéria em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede a divisão
celular. O cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à
sobrevivência da célula e é capazes de auto-replicação.
DNA bacteriano (cromossomo e plasmídeo)
PLASMÍDEOS
Existe ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de DNA,
também circulares, cujo os genes não codificam características essenciais,
porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui.
Estes elementos extra cromossômicos, denominados plasmídeos são autônomos,
isto é, são capazes de autoduplicação independente da replicação do
cromossomo e podem existir em número variável no citoplasma bacteriano.
RIBOSSOMOS
Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma
aparência granular ao citoplasma. Os ribossomos são constituídos por duas
subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a síntese protéica reunem-se formando a
partícula ribossômica completa de 70S. Embora o mecanismo geral da síntese
protéica das células procarióticas e eucarióticas seja o mesmo, existem
diferenças consideráveis em relação a biossíntese e estrutura dos
ribossomos.
GRÂNULOS DE RESERVA
As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular
substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros
insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido
beta-hidroxibutírico e fosfato. Estes grânulos podem ser evidenciados pela
microscopia óptica, utilizando colorações específicas.
MESOSSOMOS
Este termo se refere a invaginações da membrana celular, que tanto podem ser
simples dobras como estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm
sido atribuídas aos mesossomos, tais como: papelna divisão celular e na
respiração.
PAREDE
De acordo com a constituição da parede, as bactérias podem ser divididas em
dois grandes grupos:
- Gram-negativas: se apresentam de cor avermelhada quando coradas pelo método
de Gram.
- Gram-positivas: se apresentam de cor roxa quando coradas
pelo método de Gram.
A parede das gram-positivas é praticamente formada de uma só camada, enquanto
a das gram-negativas é formada de duas camadas. Entretanto, Os dois tipos de
parede apresentam uma camada em comum, situada externamente à membrana
citoplasmática que é denominada camada basal, mureína ou peptídeoglicano. A
segunda camada, presente somente na células das gram-negativas é denominada
membrana externa. Entre a membrana externa e a membrana citoplasmática
encontra-se o espaço periplasmático no qual está o peptídeoglicano. Os dois
tipos de parede são apresentados na figura abaixo.
Diferenças entre as paredes das bactérias gram-positivas e gram-negativas
CÁPSULAS
Muitas bactérias apresentam externamente à parede celular, uma camada viscosa
denominada cápsula. As cápsulas são geralmente de natureza polissacarídica,
apesar de existirem cápsula constituídas de proteínas.
A cápsula constitui um dos antígenos de superfície das bactérias e está relacionada com a virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confere resistência à fagocitose.
A cápsula constitui um dos antígenos de superfície das bactérias e está relacionada com a virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confere resistência à fagocitose.
FLAGELOS
O flagelo apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular por
uma estrutura denominado corpo basal, composta por dois anéis, nas bactéria
gram-positivas e por quatro nas gram-negativas, de onde saem uma peça
intermediária em forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias
que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com
inúmeros flagelos são denominadas peritríquias.
Via de regra, bacilos e espirilos podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria.
Via de regra, bacilos e espirilos podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria.
Desenho esquemático e uma micrografia de flagelos
FÍMBRIAS
As fímbrias ou pili são estruturas curtas e finas que muitas bactérias
gram-negativas apresentam em sua superfície, não estão relacionadas com a
moblidade e sim com a capacidade de adesão. Outro tipo de fímbria é fímbria
sexual, que é necessária para que bactéria possam transferir material
genético no processo denominado conjugação.
Desenho esquemático e microfia de fímbrias ou pili
ESPOROS
O endosporo é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente
resistente ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz
de permanecer em estado latente por longos períodos e degerminar dando início
a nova célula vegetativa.
A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio.
A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio.
DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Bactérias são sensíveis aos antibióticos, estes quando usados sob prescrição médica, constituem uma excelente arma contra doenças bacterianas. Essas doenças são transmitidas por gotículas de saliva (tuberculose, lepra, difteria, coqueluche), por contato com alimento ou objeto contaminado (disenteria bacilar, tétano, tracoma) ou por contato sexual (gonorréia, sífilis).
Tuberculose
- É causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), atacando os pulmões. O tratamento é frito com antibióticos e as medidas preventivas incluem vacinação das crianças com BCG, abreugrafias periódicas e melhoria dos padrões de vida das populações mais pobres.Lepra ou hanseníase
- É transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e causa lesões na pele e nas mucosas. Quando o tratamento é feito a tempo a recuperação é total.Difteria
- Doença muitas vezes fatal causada pelo bacilo diftérico, que ataca principalmente crianças. Produz dor de garganta, febre e fraqueza. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível. A vacina antidiftérica está associada à antitetânica e à antipertussis (contra coqueluche) na forma de vacina tríplice.Coqueluche
- Doença que ataca crianças, produzindo uma tosse seca característica, causada pela bactéria Bordetela pertussis. O tratamento consiste em repouso, boa alimentação e, se o médico achar necessário, antibióticos e sedativos para tosse.Tétano
- É produzido pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), que pode penetrar no organismo por ferimentos na pele ou pelo cordão umbilical do recém nascido quando este é cortado por instrumentos não esterilizados. É uma doença perigosa, que pode levar o indivíduo à morte, sendo por isso obrigatória a vacinação. Cuidados médicos em casos de ferimentos profundos são essenciais. Pode ser necessária a aplicação do soro antitetânico.Tracoma
- É uma inflamação da conjuntiva e da córnea que pode levar à cegueira. A doença é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, de estrutura muito simples, semelhante a um vírus, e a transmissão se dá por contato com objetos contaminados. A profilaxia inclui uma boa higiene pessoal e o tratamento é feito com sulfas e antibióticos.Disenterias bacterianas
- Constituem a principal causa de mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos, onde as classes mais pobres vivem em péssimas condições sanitárias e de moradia. São causadas por diversas bactérias como a Shigella e a Salmonella, e pelos bacilos patogênicos.Essas doenças são transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados, exigindo todas pronto atendimento médico. Sua profilaxia só pode ser feita através de medidas de saneamento e melhoria das condições sócio - econômica das camadas menos favorecidas da população.
Gonorréia ou blenorragia
- É causada por uma bactéria, o Gonococo (Neisseria gonorrheage), transmitida por contato sexual. Provoca ardência, corrimentos pela uretra. Seu tratamento deve ser feito sob orientação médica pois exige o emprego de antibióticos.Sífilis
- É provocada pela bactéria Treponema pallidium, que também é transmitida pelo contato sexual. Um sinal característico da doença é o aparecimento, próximo aos órgãos sexuais, de uma ferida de bordas endurecidas, indolor, o "cancro duro", que regride mesmo sem tratamento.Entretanto, essa regressão não significa que o indivíduo esteja curado, sendo absolutamente necessários diagnósticos e tratamento médicos, pois a doença tem sérias conseqüências, atacando diversos órgãos do corpo, inclusive o sistema nervoso.
Meningite meningocócita
- É uma infecção das meninges. É causada pelo meningoccoco, os sintomas são febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos músculos da nuca. O doente deve ser hospitalizado imediatamente e submetido a tratamento por antibióticos, pois a doença pode ser fatal. É transmitida por espirro, tosse ou fala, sendo importante a notificação à escola caso uma criança contraia.fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/816/1/DOENCAS-CAUSADAS-POR-BACTERIAS/Paacutegina1.html
Vírus
Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual.
Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem
menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica
envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode
ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina.
Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de
designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma
parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por
analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.
Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderencia na célula hospedeira. |
Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios
do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem
pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução
celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (domínios bacteria e archaea).
Tipicamente, estas partículas carregam uma
pequena quantidade de ácido nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois)
sempre envolto por uma cápsula proteica denominada capsídeo.
As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de
vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados
nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo,
outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao
nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou
envelopados.
|
O envelope consiste principalmente em duas camadas de
lipídios derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira e em
moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus,
imersas nas camadas de lipídios.
São as moléculas de proteínas virais que determinam
qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o grupo de células
que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que
infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos,
os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam
as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente,
vírus de plantas e vírus de animais.
Esquema do Vírus HIV
Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa
seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo
de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o
que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse
processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de
transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a
tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a
falta de hialoplasma e ribossomos impede que eles tenham metabolismo
próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um
ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente precisa ser o
interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias,
efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá
que ocorra a multiplicação do material genético viral.
Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da
célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e morte. Para
isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes
ele adere à parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então
entra na célula por englobamento - por um processo que lembra a
fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior.
Vírus, seres vivos ou não?
Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando
fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar
energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se
reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu
conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus
replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles
invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula
viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da
célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de
mais vírus.
Há grande debate na comunidade científica sobre se
os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate e
primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a
ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a
ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem
possuir características como a habilidade de importar nutrientes e
energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações
químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos
constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras
tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também
fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados
de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres
semelhantes (descendência ou prole), etc.
Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte
de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao
ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo.
Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser considerados
"partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma
vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos;
eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aíi
todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos.
Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos
os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a
própria vida - sua importância na história natural de todos os outros
organismos, etc. Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito
do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem
sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição
provavelmente será evasiva ou arbitrária, dificultando assim uma
definição exata a respeito dos vírus.
Doenças humanas virais
No homem, inúmeras doenças são causadas por esses
seres acelulares. Praticamente todos os tecidos e órgãos humanos são
afetados por alguma infecção viral. Abaixo você encontra as viroses mais
frequentes na nossa espécie. Valorize principalmente os mecanismos de
transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue são duas
viroses que envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes aegypti).
Para a primeira, existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo, AIDS e
condiloma acuminado, são doenças sexualmente trasmissíveis (DSTs). A
tabela também relaciona viroses comuns na infância, rubélola, caxumba,
sarampo, poliomelite - para as quais exiestem vacinas.
Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos:
- Resfriado Comum;
- Caxumba;
- Raiva;
- Rubéola;
- Sarampo;
- Hepatites;
- Dengue;
- Poliomielite;
- Febre amarela;
- Varicela ou Catapora;
- Varíola;
- Meningite viral;
- Mononucleose Infecciosa;
- Herpes
- Condiloma
- Hantavirose
- AIDS.
Prevenção e tratamento de doenças virais
Devido ao uso da maquinaria das células do
hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As mais eficientes
soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para
prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções
virais. Os pacientes frequentemente pedem antibióticos, que são inúteis
contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de
resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação
prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se
pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes
são causados por uma infecção por vírus ou bactérias.
Bacteriófagos
Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos procariotos. São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas. Os mais estudados são os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T.
Estes são constituídos por uma cápsula protéica bastante complexa, que
apresenta uma região denominada cabeça, com formato poligonal,
envolvendo uma molécula de DNA, e uma região denominada cauda, com
formato cilíndrico, contendo, em sua extremidade livre, fibras
protéicas.
A reprodução ou replicação dos bacteriófagos, assim como os demais vírus, ocorre somente no interior de uma célula hospedeira.
Existem basicamente dois tipos de ciclos reprodutivos: o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Esses dois ciclos iniciam com o fago T
aderindo à superfície da célula bacteriana através das fibras protéicas
da cauda. Esta contrai-se, impelindo a parte central, tubular, para
dentro da célula, à semelhança, de uma microsseringa. O DNA do vírus é,
então, injetado fora da célula a cápsula protéica vazia. A partir desse
momento, começa a diferenciação entre ciclo lítico e ciclo lisogênico.
No ciclo lítico,
o vírus invade a bactéria, onde as funções normais desta são
interrompidas na presença de ácido nucléico do vírus (DNA ou RNA). Esse,
ao mesmo tempo em que é replicado, comanda a síntese das proteínas que
comporão o capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as moléculas
de ácido nucléico. São produzidos, então novos vírus. Ocorre a lise, ou
seja, a célula infectada rompe-se e os novos bacteriófagos são
liberados. Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta
maneira, em um organismo multicelular aparecem imediatamente. Nesse
ciclo, os vírus utilizam o equipamento bioquímico(Ribossomo)da célula
para fabricar sua proteína (Capsídeo).
No ciclo lisogênico,
o vírus invade a bactéria ou a célula hospedeira, onde o DNA viral
incorpora-se ao DNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-se
parte do DNA da célula infectada. Uma vez infectada, a célula continua
suas operações normais, como reprodução e ciclo celular. Durante o
processo de divisão celular, o material genético da célula, juntamente
com o material genético do vírus que foi incorporado, sofrem duplicação e
em seguida são divididos equitativamente entre as células-filhas.
Assim, uma vez infectada, uma célula começará a transmitir o vírus
sempre que passar por mitose e todas as células estarão infectadas
também. Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta
maneira, em um organismo multicelular podem demorar a aparecer. Doenças
causadas por vírus lisogênico tendem a ser incuráveis. Alguns exemplos
incluem a AIDS e herpes.
Sob determinadas condições, naturais e artificiais
(tais como radiações ultravioleta, raios X ou certos agentes químicas),
uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não-lisogênica e iniciar o
ciclo lítico.
Classificação dos seres vivos
Uma característica inerente ao ser
humano é a tendência de reunir em grupos os objetos ou seres que
apresentam características semelhantes. O homem primitivo, por exemplo,
já distribuía os seres vivos em dois grupos: comestíveis e não
comestíveis.
A distribuição de objetos ou seres em grupos, de acordo com suas semelhanças e diferenças, é o que se chama de classificação.
O ramo da Biologia que trata da descrição, nomenclatura e classificação dos seres vivos denomina-se sistemática ou taxonomia.
A tentativa de sistematizar o mundo
vivo é muito antiga e os critérios empregados pelos naturalistas
variavam muito. Alguns classificavam em voadores e não-voadores, tomando
por base a locomoção; outros os classificavam em aquáticos, aéreos e
terrestres, tomando por base o hábitat.
Esses sistemas de classificação que utilizam critérios arbitrários, são chamados sistemas artificiais. Eles são refletem as semelhanças e diferenças fundamentais entre os seres vivos.
Atualmente, os sistemas de
classificação consideram um conjunto de caracteres relevantes, os quais
permitem verificar as relações de parentesco evolutivo e estabelecer a
filogenia dos diferentes grupos, ou seja, estabelecer as principais
linhas de evolução desses grupos. São conhecidas por sistemas naturais, pois ordenam naturalmente os organismos, visando o estabelecimento das relações de parentesco evolutivo entre eles.
Árvore filogenética dos seres vivos.
Assim dentro das características
evolutivas, ao falarmos de animais e plantas, por exemplo, podemos usar
como critério de classificação o tipo de nutrição: animais são seres
heterótrofos; plantas seres autótrofos. Ao considerarmos bactérias e
animais, podemos usar como critério de classificação o número e o tipo
de células: bactérias são unicelulares e procariontes; animais são
pluricelulares e eucariontes.
Espécie: a unidade de classificação dos seres vivos
Voce já viu a palavra "espécie" diversas vezes, mas o que ela realmente significa?
Pense, por exemplo, no cavalo e na égua. Eles podem
acasalar-se e dar origem a um descendente fértil, isto é, que também
pode gerar seus próprios descendentes. Dizemos, por isso, que cavalos e
éguas são animais que pertencem a uma mesma espécie.
Podemos, então, definir: espécie é um conjunto de organismos semehantes entre si, capazes de se cruzar e gerar descendentes férteis.
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gênero. O gato-do-mato, encontrado em todas as florestas do Brasil, pertence a espécie Leopardus wiedii; a nossa jaguatirica, o maior entre os pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus pardalis; e o gato-do-mato-pequeno, o menor dos pequenos felinos silvestres brasileiros, pertence à espécie Leopardus tigrinus.
Todos esse animais são de espécies diferentes, porque NÃO são capazes
de cruzar-se entre si gerando descendentes férteis. Mas como estas
espécies são mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras, elas
formam um gênero chamado Leopardus.
Além do gênero existem outros graus de classificação
Espécie - Gênero - Família - Ordem - Classe - Filo - Reino
- Gêneros semelhantes formam um grupo maior: a família.
- As famílias formam a ordem.
- As ordens formam a classe.
- As classes forma o filo
- Os filos, finalmente formam o reino.
Do filo dos cordados fazem parte, entre outros, os
animais que têm coluna vertebral, conhecidos como vertebrados (em
oposição aos não cordados, chamados de invertebrados). Dentre os
cordados temos, os anfíbios, os peixes, os répteis, as aves e os
mamíferos.
O conjunto de filos de anomais cordados e não-cordados forma o reino dos animais - reino Animalia.
Reinos
É o grupo mais abrangente da classificação dos seres vivos. Grande parte dos pesquisadores aceitam, atualmente, cinco reinos:
Monera - Seres
unicelulares (formados por uma única célula), procariontes (células sem
núcleo organizado, o tipo mais simples de célula existente). São as
bactérias e as algas cianofíceas ou cianobactérias (algas azuis), antes
consideradas vegetais primitivos.
Protista - Seres unicelulares eucariontes (que
possuem núcleo individualizado) Apresentam características de vegetal e
animal. Representados por protozoários, como a ameba, o tripanossomo
(causador do mal de Chagas) o plasmódio (agente da malária), a euglena.Fungi - Seres eucariontes uni e pluricelulares. Já foram classificados como vegetais, mas sua membrana possui quitina, molécula típica dos insetos e que não se encontra entre as plantas. São heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), por não possuírem clorofila. Têm como representantes as leveduras, o mofo e os cogumelos.
Plantae ou Metafita - São os vegetais, desde as algas verdes até as plantas superiores. Caracterizam-se por ter as células revestidas por uma membrana de celulose e por serem autótrofas (sintetizam seu próprio alimento pela fotossíntese). Existem cerca de 400 mil espécies de vegetais classificados.
Animali ou Metazoa - São organismos multicelulares e heterótrofos (não produzem seu próprio alimento), pois são aclorofilados. Englobam desde as esponjas marinhas até o ser humano.
Uma observação deve ser feita: os VÍRUS são seres que
são classificados à parte, sendo considerados como seres sem reino. Isto
acontece devido às características únicas que eles apresentam, como a
ausência de organização celular, ausência de metabolismo próprio para
obter energia, reproduz-se somente em organismo hospedeiro, entre
outras. Mas eles possuem a faculdade de sofrer mutação, a fim de
adaptar-se ao meio onde se encontram.
O nome dos seres vivos
Ao longo da história, os diversos povos criaram seus
próprios nomes (códigos) para nomear o que viram a sua volta. Com todas
as linguas existentes no mundo, um mesmo ser - um gato por exemplo - é
identificado por diferentes nomes.
Katze (alemão) Cat (ingês)
Koshka (russo) Chat (frânces)
Neko (japonês) Gato (português)
Imagine esta situação: um cientista japonês escreve um artigo para divulgar uma descoberta referente ao neko.
Como um cientista brasileiro, sem conhecimento da lingua japonesa,
poderia entender que ser vivo o cientista japonês está se referindo?
Para evitar esse problema de comunicação, utiliza-se uma nomenclatura científica.
O nome científico do gato é Felis catus.
Escolheu-se uma lingua que fosse de conhecimento internacional e que não sofresse modificações - o latim,
por ser uma língua morta (não é usada por nenhuma nação atualmente e,
portanto, não está sujeita a mudanças) e porque, em muitos países, era
estudada até nas escolas básicas, inclusive no Brasil.
Quando empregamos em textos, os nomes científicos
das espécies vêm em destaque. Esse destaque, em geral, é feito usando
letras em itálico, isto é, letras inclinadas ou sublinhado.
Como se escreve o nome científico dos seres vivos?
Foi apenas em 1735 que se chegou a um sistema de
classificação universal para os seres vivos: o sistema binomial de
nomenclatura, elaborado por Lineu. A espécie foi adotada como unidade
básica de classificação.
No sistema binomial devem ser observadas algumas regras de nomenclatura:
- O nome científico de uma espécie deve ser escrito em latim e deve estar destacado no texto (em Itálico ou sublinado) como já vimos.
- É obrigatório o uso de duas palavras para designar o nome científico de uma espécie, daí a expressão sistema binomial de nomenclatura (a palavra binomial significa 'com dois nomes', 'com duas palavras'). A primeira delas deve ser escrita com letra inicial maiúscula; a segunda, com letra inicial minúscula
- A primeira palavra, com inicial maiúscula, indica o gênero a que pertence a espécie. A expressaõ formada pela primeira palavra mais a segunda designa a espécie.
Equus caballus (cavalo)
Gênero: Equus
Espécie: Equus caballus
Note que o cavalo pertence ao gênero Equus e à espécie Equus caballus ( e não simplesmente à espécie caballus).
Nomenclatura popular
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade
constitui uma etapa do trabalho de classificação. Muitos seres são
"batizados" pela população com nomes denominados populares ou vulgares,
pela comunidade científica.
Esses nomespodem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados.
O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:
ananas comosus
Ananas ananassoides
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi.
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem
receber vários nomes, como ocorre com a onça-pintada, cujo nome
científico é Panthera onca.
Outros nomes populares:
canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu
Um outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito
apreciada como alimento. Dependendo da região do Brasil, ela é conhecida
por vários nomes: aimpim, macaxeira ou mandioca.Considerando os exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um memso ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os seres vivos.
fomte: Só Biologia
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