civilizações Antigas 1º ano
Mesopotâmia: região povoada por uma grande diversidade de civilizações.
A região entre os rios Tigre e Eufrates foi o berço de diversas das
civilizações desenvolvidas ao longo da Antiguidade. O aparecimento de
tantas culturas nessa região é usualmente explicado pela fundamental
importância dada aos regimes de cheias e vazantes que fertilizavam as
terras da região. Ao longo desse processo, sumérios, assírios e acádios
criaram vários centros urbanos, travaram guerras e promoveram uma
intensa troca de valores e costumes.
Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur.
Essas primeiras cidades são parte integrante da civilização sumeriana, tida como a primeira a surgir no espaço mesopotâmico. Dotadas de ampla autonomia política e religiosa, essas cidades viveram intensas disputas militares em torno de regiões férteis da Mesopotâmia. Nesse meio tempo, os semitas foram ocupando outras áreas onde futuramente nasceriam novos centros urbanos. Entre as cidades de origem semita, damos especial destaque a Acad, principal centro da civilização acadiana.
Nesse período de disputas e ocupações podemos observar riquíssimas contribuições provenientes dos povos mesopotâmicos. Entre outros pontos, podemos destacar a criação de uma ampla rede comercial, códigos jurídicos, escolas, conhecimentos matemáticos (multiplicação e divisão), princípios médicos, a formulação da escrita cuneiforme e a construção dos templos religiosos conhecidos como zigurates. Por volta de 2350 a.C., os acadianos, liderados por Sargão, dominaram as populações sumerianas.
Em 1900 a.C., a civilização amorita – povo de origem semita – criou um extenso império centralizado na cidade de Babilônia. Hamurábi (1728 – 1686 a.C.), um dos principais reis desse império, foi responsável pela unificação de toda a Mesopotâmia e autor de um código de leis escritas conhecido como Código de Hamurábi. Esse conjunto de leis contava com cerca de 280 artigos e determinava diversas punições com base em critérios de prestígio social.
Por volta de 1300 a.C. o Império Babilônico entrou em decadência em resultado da expansão territorial dos assírios. Contando com uma desenvolvida estrutura militar, esse povo ficou conhecido pela violência com que realizavam a conquista de outros povos. As principais conquistas militares do Império Assírio aconteceram nos governos de Sargão II, Senaqueribe e Assurbanipal. Com o passar do tempo, esse opulento império não resistiu às revoltas dos povos dominados por ele mesmo.
No ano de 612 a.C., os caldeus empreenderam uma vitoriosa campanha militar que deu fim à hegemonia dos assírios. A partir dessa conquista ficava registrada a formação do Segundo Império Babilônico ou Neobabilônico. O auge dessa nova hegemonia na Mesopotâmia ficou a cargo do Imperador Nabucodonosor II. Em seu governo, importantes construções, como a Torre de Babel e os Jardins Suspensos, representaram o notável progresso material dessa civilização.
Em 539 a.C., durante o processo de formação do Império Persa, os babilônios foram subordinados aos exércitos comandados pelo imperador Ciro II. Essa conquista assinalou o fim das grandes civilizações de origem mesopotâmica que marcaram a história da Antiguidade Oriental.
Código de Hamurábi
O Código de Hamurábi empreendeu uma nova experiência na tradição jurídica mesopotâmica.
No processo de consolidação do Primeiro Império Babilônico (1800 – 1600 a.C.), observamos a trajetória que permitiu a civilização amorita subjugar uma grande parcela da população encontrada na Mesopotâmia. Entre os diversos reis que empreenderam a formação dessa estrutura política sólida e centralizada, destacamos o papel desempenhado por Hamurábi, monarca que comandou a Babilônia entre os séculos XVIII e XVII a.C..
Buscando garantir o exercício de seu poder no rico território mesopotâmico, esse monarca decidiu empreender uma reforma jurídica que fixou uma série de importantes transformações. Até o seu governo, as leis que regulamentavam os direitos e deveres dos babilônicos eram transmitidas por meio da oralidade. Ou seja, toda a lei que partia da autoridade real ou traçava as tradições jurídicas da população era repassada de boca em boca.
Muitas vezes, esse tipo de costume abria espaço para diversas contendas e modificações que poderiam ameaçar a estabilidade necessária a um regime controlado por um único indivíduo. Por isso, o rei Hamurábi ordenou a criação de um código de leis composto por aproximadamente 280 artigos devidamente registrados em um imenso monólito, que levava em seu topo um relevo com a imagem do próprio rei. Dessa forma, nascia um dos mais antigos códices de leis escrito em toda história humana.
Em linhas gerais, o Código de Hamurábi foi baseado na anterior Lei de Talião, que preconizava o princípio do “olho por olho, dente por dente”. Dessa forma, podemos perceber que, em diversos casos, as leis escritas por Hamurábi privilegiavam a adoção de uma pena similar ao tipo de crime realizado pelo seu infrator. No entanto, quando estavam envolvidos indivíduos originários de classes sociais distintas, essas penas poderiam ser bastante variadas.
Preocupado com a aplicação das leis em todo território dominado, Hamurábi teve o cuidado de produzir cópias do código que deveriam ser fixadas em diferentes regiões de seu império. Dessa forma, estabelecia um meio de homogeneizar as decisões jurídicas a serem adotadas e, ao mesmo tempo, garantia meios de legitimar sua própria autoridade. Mesmo com o fim do Império Babilônico, percebemos que diversas civilizações se inspiraram nesse importante legado jurídico para organizar seu próprio conjunto de lei.
Mesopotâmia - Economia
O comércio foi um dos pilares da economia mesopotâmica.
Ao mesmo tempo, é importante salientar que a disponibilidade de terras férteis na Mesopotâmia não era homogênea. Em contraste às férteis planícies meridionais, a porção norte do território possuía um solo árido e extremamente acidentado. Esse contraste motivava, por exemplo, muitos pastores assírios a invadirem terras ao sul em busca de alimento. Outro ponto de importante destaque era o papel desempenhado pelo Estado no desenvolvimento da agricultura na região.
O governo organizava a implantação de um sistema de servidão coletiva responsável pela administração das atividades agrícolas. Além disso, o Estado era o responsável direto pela condução de obras públicas desenvolvidas com o objetivo primordial de ampliar as atividades agrícolas. Ao contrário dos egípcios, os mesopotâmicos não abdicavam da propriedade das terras em benefício do Estado. Todavia, os trabalhadores agrícolas eram obrigados a ceder parte de sua produção.
Geralmente, os campos férteis eram utilizados na plantação de trigo, cevada, centeio e para a criação de animais domesticados. Com desenvolvimento das atividades agro-pastoris, os povos mesopotâmicos foram capazes de acumular excedentes responsáveis pela articulação das primeiras atividades comerciais. A facilidade de deslocamento no território mesopotâmico e a carência de produtos em certas regiões também contribuíram enormemente para a consolidação de uma classe de mercadores.
Diversas caravanas eram formadas com o intuito de buscar matérias-primas como pedras preciosas, marfim, cobre e estanho. Ao longo de sua história, a Mesopotâmia se transformou em um dos maiores centros comerciais do Oriente, atraindo o interesse de comerciantes da Ásia Menor e da região do Cáucaso. Com um padrão monetário pouco desenvolvido, a grande maioria das negociações era feita a partir da troca de barras de ouro e prata.
Mesopotâmia – Religião e Literatura
Ishtar e a Epopéia de Gilgamesh, grandes expoentes da religiosidade e da literatura dos mesopotâmicos.
O pensamento religioso dos povos mesopotâmicos tinha traço dualista, admitindo a existência de deuses inclinados para o bem e para o mal. Dessa maneira, a magia, a adivinhação e a astrologia eram utilizadas como meios de interação e conhecimento dos desígnios desse complexo conjunto de divindades. A prática religiosa era estabelecida nos ambientes públicos e privados, sendo os zigurates os principais centros de adoração da população.
Diversas culturas mesopotâmicas acreditavam na vida após a morte e, por isso, desenvolviam uma série de rituais funerários. Geralmente os mortos eram enterrados com alguns de seus objetos pessoais e a tumba que abrigava o corpo poderia indicar a condição financeira do falecido. De acordo com algumas narrativas míticas, os mortos passavam o além-vida em um mundo subterrâneo onde se alimentavam de pó para o resto de seus dias.
Influenciada pelos seus valores religiosos, a literatura mesopotâmica era repleta de mitos que explicavam a origem dos deuses e do mundo. A obra “O mito da criação” relata a origem do mundo graças aos feitos de Marduk, uma das principais divindades dos babilônios. Na “Epopéia de Gilgamesh” temos as desventuras do gigante que, em tempos remotos, teria controlado a cidade de Uruk. Segundo alguns estudiosos, algumas lendas contidas nesse livro são próximas às narrativas do Antigo Testamento.
Mesopotâmia – Sociedade e Cultura
Detalhe de uma escultura de origem mesopotâmica.
Logo após o rei e seus familiares, a pirâmide social dos povos mesopotâmicos contava com uma classe intermediária integrada por nobres, guerreiros, funcionários públicos e sacerdotes que desempenhavam importantes funções próximas à manutenção do Estado. A grande maioria da população era pertencente a uma classe de camponeses e trabalhadores que prestavam serviço à comunidade. Dessa maneira, essas sociedades eram majoritariamente sustentadas por uma ampla classe de homens livres.
Entretanto, em algumas sociedades de caráter iminentemente militarista, como no caso dos assírios, havia a presença de uma classe de escravos. Nas sociedades onde a questão da propriedade da terra não tinha um caráter rígido e centralizado, a presença de escravos era restrita, tendo em vista a disponibilidade de mão-de-obra oferecida pelo sistema de servidão coletiva. Em certos casos, os escravos eram utilizados para a realização de tarefas mais exaustivas e perigosas.
No campo científico, as culturas mesopotâmicas tiveram destacado papel no desenvolvimento da escrita com a criação de um sistema de caracteres cuneiformes. Com o progresso das atividades comerciais, a álgebra teve grande desenvolvimento com a criação de operações matemáticas e sistemas de pesos e medidas. Paralelamente, o interesse pela Astronomia permitiu a distinção das estrelas e dos planetas, e o desenvolvimento de um calendário lunar com doze meses de duração.
No terreno das artes e da arquitetura os mesopotâmicos ficaram conhecidos pela construção de suntuosos palácios e templos, mais conhecidos como zigurates. A escultura mesopotâmica era bastante simples, contando com imagens sem expressão e uma representação minimalista dos corpos. Na pintura, os temas cotidianos, religiosos e militares tinham grande destaque. Paralelamente, a cerâmica também tinha grande destaque na criação de utensílios e no registro de documentos escritos.
Sumérios e acádios
Sumérios e acádios estabeleceram as primeiras cidades-Estado da Mesopotâmia.
Por volta de 10000 a.C., os primeiros grupos humanos sedentários passaram a se fixar na região da Mesopotâmia, dando os primeiros passos que marcaram o surgimento das primeiras cidades-Estado da região. Com o passar do tempo, avançadas técnicas de exploração dos recursos hídricos permitiram o incremento populacional e a constituição das primeiras cidades, como Uruk, formada em 4000 a.C..
Foi justamente nessa época que os sumérios – civilização oriunda do planalto iraniano – se fixaram na região da Caldeia, localizada entre a Baixa e a Média Mesopotâmia. Com o desenrolar de sua presença naquele território, os sumérios foram responsáveis pela fundação de doze cidades-Estado, como Quish, Ur, Nipur e Lagash. Marcando o desenvolvimento da chamada Revolução Urbana, cada uma dessas cidades era dotada de um núcleo urbano cercado por terras destinadas ao cultivo.
Tendo uma organização política descentralizada, cada um desses polos urbanos era controlado por um sacerdote auxiliado por um conselho de anciãos. Este chefe político era conhecido como patesi e tinha como tarefas primordiais a organização da população, o controle dos exércitos, a cobrança de impostos e a construção das obras hidráulicas e templos. O uso das terras era feito de maneira coletiva, já que os sumérios acreditavam que elas pertenciam aos deuses.
Paralelo ao desenvolvimento agrícola, os sumérios também foram capazes de firmar relações de comércio com outros povos da Antiguidade. O controle dessas atividades foi possível com o auxílio da escrita cuneiforme, concebida a partir da gravação de símbolos em blocos de argila posteriormente expostos à luz solar ou levado para uma fornalha. Esse código escrito, além de ter fins econômicos, também permitiu a criação de uma rica literatura, repleta de mitos, narrativas históricas, leis, fábulas e provérbios.
A autonomia política de cada uma das cidades sumerianas pode ser compreendida através dos vários conflitos envolvendo diferentes núcleos. Enquanto se desgastavam com a realização dessas batalhas, os povos semitas ocuparam regiões próximas da Suméria, formando a civilização acadiana. Por volta de 2400 a.C., conseguiram impor a sua hegemonia sob as cidades-Estado sumerianas. Já em 2330 a.C., o rei acadiano Sargão I promoveu a unificação da porção centro-sul da Mesopotâmia.
O período de ascensão do império acadiano foi relativamente curto, pois diversas tentativas de invasão militar enfraqueceram seriamente sua unidade política e territorial. Em 2180 a.C., os gutis – originários das montanhas da Armênia – empreenderam uma grande ofensiva contra várias cidades mesopotâmicas. Somente a cidade de Ur conseguiu reagir contra os gutis e impor sua dominação. Entretanto, por volta de 2000 a.C., os povos elamitas deram fim à supremacia acadiana.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Atividade e conteúdo
01. (FAAP) A Astronomia e a Matemática foram os primeiros ramos da ciência que ocuparam a atenção dos egípcios. Ambas se desenvolveram com fins práticos. Cite dois resultados para os quais essas ciências deram sua contribuição.
02. (PUC) A atuação do Estado na vida econômica dos povos da Antigüidade Oriental, principalmente em relação à agricultura, foi bastante acentuada, sendo justificada por eles como:
a) forma de garantir a produção de gêneros de primeira necessidade sem excedentes lucrativos;
b) necessária para assegurar as provisões para consumo do Exército;
c) decorrente da necessidade de controlar a produção em tempo de guerra;
d) única maneira de garantir a distribuição eqüitativa da riqueza entre os súditos;
e) responsabilidade atribuída aos governantes para zelarem pelo bem comum.
03. (FUND. CARLOS CHAGAS) No Novo Império Egípcio (1580 - 525 a. C.), a revolução promovida por Amenófis IV (também chamado Akhnaton) teve grande significado porque consistiu na:
a) expulsão dos hicsos, povo semita que dominava o Egito desde o Antigo Império;
b) unificação das diferentes províncias - nomos - evitando assim a fragmentação do Estado;
c) realização de modificações na estrutura social do Egito, para eliminar as oligarquias agrárias;
d) promoção de ampla reforma agrária, de modo a atenuar a miséria dos camponeses;
e) introdução de uma religião monoteísta, a fim de limitar a influência política dos sacerdotes.
04. (OSEC)
I. ( ) "Estes nomos eram cidades-Estados, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade coletiva, com o surgimento, no interior de cada um, de uma espécie de aristocracia, proprietária das melhores terras."
II. ( ) "Era o estado, personificado na figura do chefe supremo, que construía os grandes canais de
irrigação, como meio de desenvolver a agricultura, dirigindo para esse fim o trabalho excedente das comunidades."
III. ( ) "Tivemos também a cristalização das camadas sociais, tendo-se formado uma poderosa burocracia estatal (administrativa e religiosa) que tornou seus cargos hereditários."
IV. ( ) "Essa reforma religiosa, que estabeleceu o monoteísmo no Egito, teve por finalidade enfraquecer o poder dos sacerdotes de Amon, que representavam um perigo para a Monarquia."
Os textos acima estão ligados, respectivamente:
a) a Amenófis IV; à estratificação social dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; ao reinado de Ramsés II; à unificação política do Egito;
b) à formação do Império Assírio; ao regime político dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; a Amenófis IV; à formação do Novo Império Egípcio;
c) à formação do Império Egípcio; a Amenófis IV; à estratificação social dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; à conquista do Egito pelos hicsos;
d) à formação dos reinos egípcios; ao regime político dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; à estratificação social dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; a Amenófis IV;
e) ao regime político dos impérios teocráticos com agricultura de regadio; à formação do império egípcio; a Amenófis IV; à implantação do monoteísmo judaico no Egito.05. Os Estados teocráticos da Mesopotâmia e do Egito evoluíram acumulando características comuns e peculiaridades culturais. Os egípcios desenvolveram a prática de embalsamar o corpo humano porque:
a) se opunham ao politeísmo dominante na época;
b) seus deuses, sempre prontos a castigar os pecadores, desencadearam o Dilúvio;
c) depois da morte, a alma podia voltar ao corpo mumificado;
d) construíram túmulos em forma de pirâmides truncadas, erigidos para a eternidade;
e) os camponeses constituíam a categoria social inferior.
Nas questões 06 a 08, utilize o código:
a) Se I, II e III forem corretas.
b) Se I, II e III forem incorretas.
c) Se apenas I e II forem corretas.
d) Se apenas I e III forem corretas.
e) Se apenas II e III forem corretas.
06. I. No Egito Antigo, a agricultura era uma atividade privada.
II. Os egípcios desenvolveram princípios arquitetônicos de grande uso nos tempos atuais.
III. O culto dos vegetais e objetos inanimados foi o mais intenso entre os egípcios.
07. I. Nenhuma civilização antiga encontrou-se, como a do Egito, em condições tão favoráveis para viver isolada e ao abrigo das influências estrangeiras.
II. A monarquia de origem divina encontrou no Egito sua mais enérgica expressão e conseqüências mais extremas.
III. O felá era utilizado no Egito para todo tipo de trabalho, desde os campos do faraó ou dos templos até
a construção de pirâmides.
08. I. O chamado "Novo Império" caracterizou-se por profundas transformações nas relações do Egito com os povos vizinhos e por um questionamento de sua própria civilização.
II. Garantir a presença efetiva do Egito na Ásia Menor foi o objetivo dos soberanos desse
período, preocupados com a enorme instabilidade política daquela região.
III. Na Ásia, os faraós tebanos adotaram uma política de descentralização, conservando as estruturas
locais ao mesmo tempo em que substituíam, por militares egípcios, os cargos de mando no Exército.
09. (FAC. MED. AMIN) "Salve, ó Nilo (...) regas a terra em toda parte, ó deus dos grãos, senhor dos peixes, produtor do trigo e da cevada (...) Logo tuas águas se erguem (...) todo ventre se agita, o dorso é
sacudido de alegria e os dentes rangem
."
O trecho acima celebra:
a) o Egito, região quente e seca como o Saara;
b) a crença numa vida de além-túmulo e as dores do parto;
c) o relativo isolamento do vale, limitado pelos desertos da Arábia e da Líbia;
d) as nascentes desconhecidas do Rio Nilo;
e) o poder criador do regime das cheias e das vazantes do rio Nilo, que deixavam no solo um lodo de grande fertilidade.
Egito
Os registros
iniciais da civilização que se formou às margens do Rio Nilo datam
de aproximadamente 6 mil anos. O que conhecemos sobre aquela
civilização nos indica que atingiu um padrão complexo na arte, na
ciência, no comércio e na religião. Essa cultura elaborada
acentuava a diferença entre os que tinham e os que não tinham
posses.
O Egito está
localizado em região desértica, às margens do Rio Nilo, na porção
nordeste do continente africano, é banhado tanto pelo Mar
Mediterrâneo quanto pelo Mar Vermelho e limita-se com o Sudão e com
o Deserto da Líbia. Apesar de situado numa região desértica, com
poucas chuvas, ele é cortado por um vale muito fértil percorrido
pelo Rio Nilo, rio que teve um papel decisivo na vida e,
principalmente na economia do Antigo Egito.
Podemos
observar, no mapa abaixo, a região do Egito denominada Crescente
Fértil.
O nome Crescente
Fértil deriva do fato de que, se traçarmos uma faixa de união
entre o Rio Tigre, o Rio Eufrates, o Rio Nilo e o Rio Jordão,
obteremos a forma de uma meia-lua (lua crescente) e também por ter o
seu solo muito fértil em um local onde a maior parte das terras era
muito árida para qualquer cultivo.
Esse solo fértil
deve-se graças ao regime de enchentes anuais no Rio Nilo que,
durante os meses de junho a setembro, o rio transbordava, inundando
suas margens; quando voltava a seu leito normal, deixava o vale
fertilizado pelo húmus (fertilizante orgânico) e pronto para o
plantio.
PERÍODOS DA HISTÓRIA EGÍPCIA
A história do
Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e
o Novo Império. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o
apogeu. Porém, a partir do século VII a.C. o Egito foi invadido por
vários povos e perdeu o seu antigo esplendor. A seguir, uma rápida
explanação sobre cada período.
ANTIGO
IMPÉRIO (3200 a.C. – 2100 a. C.)
Durante o Antigo
Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que
permitiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as
grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos,
construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na
época.
As pirâmides
eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande
quantidade de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, jóias
e outros objetos preciosos.
Durante o Antigo
Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando
alguns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos
diversos nomos não aceitaram a situação e procuraram diminuir o
poder do faraó. Essas disputas acabaram por enfraquecer o poder
político do Estado.
MÉDIO
IMPÉRIO (2100 a.C. – 1580 a.C.)
Durante o Médio
Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A
capital passou a ser Tebas.
Nesse período,
conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica. Mas
algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o
que possibilitou, por volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo
nômade de origem asiática. Os hicsos permaneceram no Egito cerca de
170 anos.
NOVO IMPÉRIO
(1580 a.C. – 715 a.C.)
O período
iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas
conquistas territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas
e outra onda de invasões. Devido ao enfraquecimento do Estado, o
Egito foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.),
persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C.)
POLÍTICA E SOCIEDADE DO EGITO ANTIGO
Inicialmente, os
egípcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades
patriarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por
um chefe chamado nomarca. Os nomos se agrupavam em duas
regiões distintas, que formavam dois reinos rivais: o reino do Alto
Egito e o reino do Baixo Egito.
Por volta de
3.200 a.C. o reino do Norte dominou o reino do Sul, unificando assim,
o Egito. O responsável por essa união foi Menés, que passou,
então, a ser chamado de faraó, cujo significado é “casa grande”,
“rei das duas terras”. O poder dos reis passava de pai para
filho, isto é, era hereditário. Como os egípcios acreditavam que
os faraós eram deuses ou, pelo menos, representantes diretos dos
deuses na Terra, a forma de governo que se instalou foi chamada de
monarquia teocrática.
A ilustração abaixo representa como era dividida a sociedade no Antigo Egito:
A ilustração abaixo representa como era dividida a sociedade no Antigo Egito:
Como podemos
perceber, a sociedade egípcia era organizada em torno do faraó,
senhor de todas as terras e de todas as pessoas. Ele era responsável
pela justiça, pelas funções religiosas, pela fiscalização das
obras públicas e pelo comando do exército. O faraó era considerado
um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre eles e a
população. Em sua honra, realizavam-se inúmeros cultos.
Abaixo do faraó,
e em ordem de importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o do Baixo
Egito e o Sumo-Sacerdote de Amon-Rá, um dos principais deuses do
Egito Antigo. Os vizires contavam com a ajuda dos supervisores e dos
nomarcas, isto é, os governadores dos nomos, os distritos do Egito.
Os nomarcas por sua vez, eram auxiliados pelos funcionários do
governo, os escribas, que sabiam ler e escrever.
A centralização
política do Egito não foi de fato uma constante em sua história.
Vários episódios de dissolução do Estado podem ser observados
durante sua trajetória. Por volta de 2.300 a.C., uma série de
contendas internas e invasões deram fim à supremacia do faraó. Nos
três séculos subseqüentes os nomos voltaram a ser a principal
unidade de organização sócio-política. Esse primeiro período que
vai da unificação ao restabelecimento dos nomos corresponde ao
Antigo Império.
Ao fim do século
XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos
esforços do faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma
vez adotada, permitindo a construção de vários canais de irrigação
e a transferência da capital para a cidade de Tebas. Mesmo sendo um
período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egípcia,
o Médio Império chegou ao seu fim em 1580, com a dominação
exercida pelos hicsos.
A presença
estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença
dos hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores, temos o início
do Novo Império.
Nessa época,
presenciamos a dominação egípcia sob outros povos. Entre as
civilizações dominadas pelos egípcios, destacamos os hebreus,
fenícios e assírios. Tal expansão das fronteiras possibilitou a
ampliação das atividades comercias durante o Novo Império.
O Novo Império,
considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve
seu fim com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios,
persas, macedônios e romanos invadiram e controlaram o Egito ao
longo da Antigüidade. Ao longo de mais de 2500 anos, os egípcios
ainda foram alvo do controle árabe, turco e
britânico.
ECONOMIA
A agricultura
era a atividade econômica principal dos egípcios. Inicialmente,
para melhor aproveitar as águas do rio Nilo, os camponeses uniam-se,
empenhando-se na construção de diques e no armazenamento de cereais
para a época de escassez.
Com o tempo, a
produção agrícola tornou-se variada, sendo cultivados algodão,
linho (utilizados na fabricação de roupas), trigo, cevada,
gergelim, legumes, frutas e, principalmente, oliveiras.
Às margens do
rio os camponeses faziam pomares e hortas, produzindo favas,
lentilhas, grão–de–bico e pepinos. Cultivavam ainda uva,
utilizada na fabricação do vinho.
Perto de suas
casas, eles criavam porcos e carneiros. O trabalho no campo era
realizado com o auxílio de um arado de madeira puxado por bois.
Os camponeses
que moravam nos pântanos e nos lagos costeiros, organizados em
equipes, criavam em tanques numerosas variedades de peixes. O peixe,
seco e conservado, era consumido muitas vezes com pão e cerveja, e
constituía parte importante da alimentação dos egípcios.
Contando com um
intenso artesanato, o comércio também foi outra importante
atividade econômica no Egito Antigo.
RELIGIÃO
A religião
desempenhava papel importante na sociedade egípcia: todos os
aspectos da vida de um egípcio eram regulados por normas religiosas.
Havia cerimônias
religiosas para os acontecimentos individuais: nascimento, casamento,
morte, etc., e também para os acontecimentos que envolviam toda a
sociedade, como as festas na época da colheita.
Abertura da Boca: um dos rituais funerários do Antigo Egito
As crenças
egípcias giravam em torno da adoração de vários deuses, o
politeísmo, e a crença em deuses com forma humana e animal, o
antropozoomorfismo. Muitos deles eram associados a determinadas
forças da natureza. O politeísmo egípcio era acompanhado pela
forte crença em uma vida após a morte. É a partir desse princípio
religioso que podemos compreender a complexidade dos rituais
funerários e a preparação dos cadáveres através do processo de
mumificação.
Os antigos
egípcios acreditavam numa vida após a morte e no retorno do
espírito ao corpo. Muito do que conhecemos hoje sobre os costumes e
o modo de vida do Egito Antigo está associado a essa crença. A
maior parte do nosso conhecimento vem da análise das pinturas e dos
objetos deixados pelos egípcios nos túmulos.
RITUAIS
DE VIDA E MORTE
Os egípcios
acreditavam na vida após a morte, mas se quisessem gozar o outro
mundo, seus corpos teriam de sobreviver. Por essa razão, mumificavam
seus mortos. A técnica de preservar corpos é chamada de
embalsamamento e os egípcios foram verdadeiros mestres nessa
atividade.
Deus Anúbis realizando uma mumificação
Após a morte, o
corpo era esvaziado e desidratado com a ajuda de um sal especial. Em
seguida, embalsamado e envolvido com faixas de tecido de linho. As
vísceras do morto eram colocadas separadamente em quatro
recipientes.
Somente o
coração era substituído por algum objeto. Por ser impossível
conservá-lo, uma peça em forma de escaravelho (inseto de quatro
asas, também chamado de bicho-bolo) era colocada em seu lugar. Em
geral, um texto sagrado envolvia o novo "coração". Assim,
o anterior era substituído simbolicamente.
Enquanto os
embalsamadores se ocupavam da proteção do corpo, uma sepultura era
preparada e decorada.
Capela funerária de Tutmés III
Nem todos os
egípcios eram enterrados em pirâmides,
como acontecia com os faraós.
O sepultamento variava conforme a posição social do indivíduo e
sua riqueza. Havia outros tipos de túmulos: os hipogeus e as
mastabas.
Os hipogeus eram
túmulos subterrâneos cavados nas rochas, principalmente nos
barrancos de rios ou nas encostas de montanhas. Podiam possuir vários
compartimentos e ser ricamente decorados. As mastabas eram tumbas, de
base retangular, que tinham no interior uma sala para oferendas, uma
capela e uma câmara mortuária subterrânea, onde ficavam os mortos.
As pessoas mais humildes eram enterradas em covas simples no meio do
deserto.
Para o interior
do túmulo, os egípcios levavam objetos de uso diário e as riquezas
que possuíam e pintavam cenas cotidianas. Acreditavam que, agindo
assim, garantiriam o conforto na vida após a morte.
Um ponto curioso nos rituais do Egito era a zoolatria, ou seja, a adoração de animais. Os animais tidos como sagrados eram também cuidadosamente mumificados, após a morte, e depositados em cemitérios especiais.
Um ponto curioso nos rituais do Egito era a zoolatria, ou seja, a adoração de animais. Os animais tidos como sagrados eram também cuidadosamente mumificados, após a morte, e depositados em cemitérios especiais.
OS DEUSES
Os egípcios
cultuavam inúmeros deuses,
com funções e aspectos variados. Existiam deuses cultuados em todo
Egito e outros adorados apenas em determinados lugares. Entre os
primeiros estavam os deuses ligados à morte e ao enterro, como
Osíris.
O culto ao Isis
e Osíris era o mais popular no Egito Antigo. Acreditava-se que
Osíris e sua irmã-esposa, Isis, tinham povoado o Egito e ensinado
aos camponeses as técnicas da agricultura. Conta a lenda que o deus
Set apaixonou-se por Isis e por isso assassinou Osíris. Esse
ressuscitou e dirigiu-se para o Além, tornando-se o deus dos mortos.
Os antigos
egípcios acreditavam que as lágrimas de Isis, que chorava a morte
do esposo, eram responsáveis pelas cheias periódicas do Nilo.
Também era adorado o deus Hórus, filho de Isis e Osíris.
O CONHECIMENTO E AS ARTES
O CONHECIMENTO E AS ARTES
Os egípcios
desenvolveram importantes conhecimentos em diversas áreas: na
aritmética, na astronomia, ma química e na área da saúde.
A medicina
egípcia apresentava grandes avanços, como a criação de
tratamentos médicos, delicadas intervenções cirúrgicas e
tratamento de doenças, destaca-se ainda, a mumificação de
cadáveres.
A fim de
resolver problemas práticos desenvolveram técnicas como o controle
das inundações, a construção de sistemas hidráulicos, a
preparação da terra para a semeadura de acordo com o ciclo das
estações.
As manifestações
artísticas tinham evidente conotação religiosa sempre voltadas
para a glorificação dos deuses e a vida de alguns faraós. Na
arquitetura e na engenharia a construção de pirâmides e templos
representaram um grande avanço em tais áreas.
A ESCRITA EGIPCIA
A escrita
egípcia era feita com sinais ou caracteres pictóricos que
representavam imagens de pássaros, insetos, objetos, etc.,
conhecidos como hieróglifos.
Segundo a
maioria dos historiadores, os egípcios começaram a utilizar os
hieróglifos por volta de 3200 a.C. Essa, com certeza é uma das
escritas mais antigas do mundo.
Nesta escrita,
cada sinal representava um objeto: havia partes do corpo humano,
plantas, animais, edifícios, barcos, utensílios de trabalho,
profissões, armas. Com o tempo, esses desenhos foram substituídos
por figuras mais simplificadas ou por símbolos gráficos.
Para representar
sentimentos, como ódio ou amor, ou ações como amar e sofrer, os
egípcios desenhavam objetos cujas palavras que os designavam tinham
sons semelhantes aos das palavras que os hieróglifos se referiam a
algo concreto, havia um sinal vertical ao lado de cada figura. Se
fossem referentes a algo abstrato, havia o desenho de um rolo de
papiro. Se correspondesse à determinada pessoa, os hieróglifos
traziam sempre a imagem de uma figura feminina ou masculina,
mostravam um pequeno sol. Para completar, os hieróglifos podiam ser
escritos da direita para a esquerda ou vice-versa a ordem certa, em
cada caso, dependia da direção dos olhos das figuras humanas ou dos
pássaros representados.
A partir dos hieróglifos, os egípcios desenvolveram outros sistemas. Veremos agora, em síntese, como eram empregados esses sistemas:
- Hieroglífico: considerado sagrado, era utilizado pelos sacerdotes;
- Hierático: era mais simples, utilizado pelos escribas nos papiros;
- Demótico: o mais simplificado era de uso popular.
Para escrever
era utilizado o papiro, espécie de papel fabricado com o talo de uma
planta de mesmo nome, acompanhado de pincéis, paletas, tinteiros e
um pilão. Quando eles iam escrever esmagavam os pigmentos no pilão
e depois transferiam a tinta para o tinteiro, que tinha duas
cavidades: Uma para tinta vermelha e outra para a tinta preta. Os
pincéis eram umedecidos com água que ficava numa bolsa de couro.
Algumas paletas tinham caráter espiritual para os escribas, sendo
guardadas em seus túmulos.
A escrita
hieroglífica foi decifrada pelo francês Jean-François Champollion,
que, após anos de estudo, concluiu seu trabalho em 1822, decifrando
a Pedra
de Roseta, um pedaço de basalto negro onde estava
gravado um texto em grego, hieróglifos e demótico.
Quem realizava
este trabalho de registro eram os escribas. Os escribas eram altos
funcionários a serviço do faraó. Tinham como dever, anotar o que
acontecia nos campos, contar os grãos, registrar as cheias do Nilo,
calcular os impostos que os camponeses deveriam pagar, escrever
contratos, atas judiciais, cartas, além de registrar os outros
produtos que entravam no armazém.
Além da
escrita, os escribas tinham que conhecer as leis, saber calcular
impostos e ter noções de aritmética. Os escribas possuíam um
pictograma próprio, representado pela paleta. Lê-se sech
(escrever), e faz parte das palavras relacionadas com arquivos,
impostos e tributos.
A VIDA COTIDIANA DOS EGÍPCIOS
A maior parte da
população egípcia morava em pequenas cabanas feitas de junco,
madeira e barro. As casas eram construídas nos locais mais elevados,
para não serem atingidas pelas inundações. Essas casas, além de
fornecer abrigo nas noites frias, protegiam das tempestades de areia.
Nas épocas de muito calor, as famílias procuravam locais mais
elevados para tomar ar fresco e fugir do mormaço do interior das
casas.
A casa dos
camponeses era simples, geralmente com uma única divisão e quase
sem móveis. Os camponeses possuíam apenas algumas esteiras, alguns
utensílios de cozinha e alguns vasos. Como não havia talhares, as
pessoas comiam com as mãos.
As casas dos
egípcios mais ricos eram confortáveis. Feitas com tijolos de barro
secos ao sol, elas eram bem decoradas e mobiliadas. Possuíam camas,
mesas, cadeiras, e os bancos tinham assentos de couro ou de palha.
Mesmo as casas de alguns artesãos, que não eram ricos, eram bem
melhores que as casas dos camponeses.
A alimentação
dos egípcios consistia de pão, cebola, alho, favas, lentilhas,
rabanetes, pepinos e, às vezes, peixe. Essa alimentação era regada
por cerveja não fermentada. Os pobres só comiam carne e frutas nos
dias de festas. O vinho só aparecia na mesa dos ricos, que, além
dos alimentos citados, consumiam frutas, queijos e carnes de animais
domésticos e selvagens.
Em suas
atividades de caça e pesca no Nilo, os egípcios navegavam em
pequenas e frágeis embarcações feitas de feixes de papiro atados.
Os pescadores trabalhavam em grupos e utilizavam enormes redes. Os
nobres, porém, pescavam só por diversão, com auxílio de lanças.
Os camponeses e
artesãos vestiam-se apenas com um pedaço de tecido, colocado em
forma de tanga em volta da cintura. As mulheres usavam uma longa
túnica e os meninos geralmente andavam nus. Os ricos usavam trajes
mais requintados. Os nobres, por exemplo, usavam um saiote pregueado
e suas mulheres, vestidos bordados com contas.
Nas cerimônias,
tanto os homens como as mulheres usavam pesadas perucas. Além disso,
independentemente de idade ou sexo, os egípcios gostavam de usar
imensas jóias – tiaras, brincos, colares, anéis, braceletes e
pulseiras. Essas jóias podiam ser de ouro, prata, pedras
semipreciosas, contas de vidro, conchas ou pequenas pedras polidas de
cores bonitas.
Os egípcios
tinham ainda seus jogos e divertimentos. Os jovens nobres, por
exemplo, costumavam sair em carros puxados por cavalos para ir ao rio
pescar, apanhar aves ou caçar hipopótamos e crocodilos.
A luta e a
natação eram os esportes mais populares. Os barqueiros costumavam
formar equipes e fazer competições no rio. Nessas ocasiões iam
armados com paus a fim de derrubar seus adversários na água.
Os egípcios apreciavam muito os jogos de tabuleiro. Esses jogos assemelhavam-se aos jogos de xadrez e de damas que conhecemos hoje.
Os egípcios apreciavam muito os jogos de tabuleiro. Esses jogos assemelhavam-se aos jogos de xadrez e de damas que conhecemos hoje.
As crianças
egípcias também tinham seus jogos e brinquedos. Gostavam muito de
dançar, disputar jogos de equipe, e brincar com bonecas e bolas.
AS
MULHERES NA SOCIEDADE EGÍPCIA
Os relevos e
pinturas dos túmulos fornecem imenso e importante material para se
estudar a vida cotidiana dos amigos egípcios. Apesar de os grandes
túmulos terem pertencido apenas aos membros dos grupos sociais mais
ricos, algumas cenas de seu interior permitem-nos lançar um olhar
sobre o cotidiano de grande parte da população.
As informações
transmitidas por estas cenas podem ser complementadas por objetos de
uso diário, que eram muitas vezes sepultados com seus proprietários.
Os textos literários e administrativos são também importantes.
Assim, é
possível conhecer um pouco o papel das mulheres no Egito Antigo
analisando a decoração dos túmulos. Nessas cenas, a esposa ou a
mãe do proprietário do túmulo têm maior destaque. Em geral, as
duas aparecem vestidas de forma simples, mas elegante, sentadas
comodamente com o homem à mesa de oferendas. Por vezes, elas
acompanham o homem quando ele observa cenas de trabalho.
No outro
extremo, encontramos as mulheres ocupadas em trabalhos servis,
fazendo pão e cerveja, fiando ou tecendo. São atividades feitas,
provavelmente, em aposentos domésticos de uma casa mais rica.
A cor amarelada
da pele das mulheres indica, entre outras coisas, uma menor exposição
ao sol do que a dos homens, representados com aparência mais
avermelhada. Isso sugere uma reclusão maior da mulher.
É possível que
não fosse seguro para elas se aventurarem pelos espaços externos.
Um texto de Ramsés III afirma: "Tornei possível à mulher
egípcia seguir seu caminho, podendo as suas viagens prolongar-se até
onde ela quiser, sem que qualquer outra pessoa a assalte na estrada",
o que implica não ter sido sempre este o caso.
Nos túmulos
mais antigos as mulheres estão ausentes dos trabalhos de maior
destaque e das diversões mais agradáveis. Para além das cenas de
tocadoras de instrumentos e de dançarinas acrobáticas, o papel das
mulheres neste período parece ter sido muito restrito.
As mulheres não
tinham quaisquer títulos importantes e, à exceção de alguns
membros da família real e das rainhas, dispunham de pouco poder
político.
O titulo que
detinham em geral era o de senhora da casa. Quase todas eram
analfabetas.
fonte: Brasil Escola
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