Filosofia 1°ano


 Natureza da mitologia grega
Enquanto todas as culturas através do mundo têm suas próprias mitologias, esse termo é de cunhagem grega e teve um sentido específico nessa cultura. Ele deriva de mythologia:
· Mythos, que no grego homérico significa superficialmente um discurso ritualístico de um chefe, um poeta ou um sacerdote;
· Logos, que no grego clássico significa "uma história convincente, um argumento em ordem";
Originalmente, então, a mitologia é uma tentativa de trazer sentido às narrativas estilizadas que os gregos recitavam em festivais, sussurravam em locais sagrados e espalhavam em banquetes de aristocratas.
 Visão geral
O espectro da mitologia grega é enorme. Abrange desde os crimes mais cruéis dos primeiros deuses e as sangrentas guerras de Tróia e Tebas, à infância de Hermes e o sofrimento de Deméter por Perséfone.
 A era dos deuses
Assim como seus vizinhos, os gregos acreditavam num panteão de deuses e deusas que eram associados a específicos aspectos da vida. Afrodite, por exemplo, era a deusa do amor, enquanto Ares era o deus da guerra e Hades o dos mortos.
Algumas deidades como Apolo e Dionísio revelavam personalidades complexas e uma variedade de funções, enquanto outros como Helios ("sol") eram pouco mais que personificações. Existiam também deidades de lugares específicos, como deuses de rios eninfas de nascentes e cavernas. Tumbas de heróis e heroínas locais eram igualmente veneradas.
Apesar de centenas de seres poderem ser considerados deuses ou heróis, alguns não representavam mais que folclore ou eram honrados somente em lugares (Trophonius) e/ou festivais específicos (Adonis).
Rituais de maior abrangência e os grandes templos eram dedicados, em sua maioria, a um seleto círculo de deuses, notadamente os quinze do OlimpoHeracles e Asclepio. Estas deidades eram o foco central dos cultos pan-Helênicos.
Muitas regiões e vilas tinham seus próprios cultos a ninfas, deuses menores ou ainda a heróis e heroínas desconhecidos em outros lugares. A maioria das cidades adoravam os deuses maiores com rituais peculiares e tinham para estes lendas igualmente próprias.


A origem da Filosofia
filosofia se originou no século VII a.C. em colônias gregas localizadas na cidade de Mileto quando alguns homens perceberam que tudo podia ser conhecido através da razão humana e que o conhecimento não se limitava apenas para deuses. Pitágoras foi quem criou o termo filosofia que significa “amizade pela sabedoria”. O termo foi criado quando Pitágoras viu que os deuses possuíam todo o conhecimento e sabedoria que existia, passando assim a perceber que o homem poderia desejar e buscar tal sabedoria plena por meio da filosofia.

* Esta é caracterizada por:
- Inclinação à racionalidade;
- Explicações variáveis segundo os acontecimentos, banindo assim justificativas pré-moldadas;
- Questionamentos e argumentos relacionados a um determinado caso, de modo que seja apresentadas soluções e/ou respostas concretas;
- Difusão de pensamentos;
- Diferenciação do que é semelhante por meio do pensamento e da razão.
O primeiro filósofo que se tem conhecimento foi Tales de Mileto, fundador da Escola Jônica e um dos sete sábios da Grécia Antiga. Decifrou o eclipse solar, designou à água a função de ser a iniciadora de todas as coisas, buscava entender as condições climáticas através das características do céu.

- É dividida em quatro grandes períodos, a saber:
Período pré-socrático:
Também conhecido como período cosmológico, ocorreu entre os séculos VII e V a.C.
Período socrático:
Também conhecido como período antropológico, ocorreu entre os séculos V e IV a.C.
Período sistemático:
Ocorreu entre os séculos IV e III a.C.Período helenístico:
Também conhecido como período greco-romano, ocorreu entre os séculos III a.C. e VI d.C.
Os Pré-Socráticos
Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de todas as coisas, a partir da existência dos átomos.
Período Clássico
Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates.
Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser preparados para falar bem (retórica), pensar e manifestar suas qualidades artísticas.
Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o funcionamento do Universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através dos relatos deixados por Platão.
Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o das aparências.
Outro grande sábio desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os específicos.

Platão é o primeiro pensador que desenvolveu toda temática filosófica. A filosofia pré-socrática era fragmentaria e se reduzia quase exclusivamente ao problema cosmológico. Sócrates mudou de direção e orientou sua investigação para o problema petiço e psicológico. Com Platão a filosofia penetra em ambos domínio e entra a ciência do objeto e do sujeito. Além disso, com Platão convergem todas as correntes anteriores. O ser de Permênides e o devir de Heráclito, os números de Pitágoras e os conceitos e definições universais de Sócrates, todo esse acervo de doutrinas opostas se unificam em Platão mediante sua original teoria das idéias que constitui o eixo do platonismo como no modelo divisório abaixo, comum na escola platônica: Ciência das idéias em si: Dialética - Ciência da participação das idéias: a) No mundo sensível: Física; b) No mundo moral: Ética
c) No mundo artístico: Estética.Natureza da Alma - Na obra o Fédon, Platão expõe as suas ideias sobre a alma. A alma não se limita a ser entendida como o princípio da vida, mas é também vista como o princípio de conhecimento. A alma é uma substancia independente do corpo, é eterna, unindo-se a ele de forma temporária e acidental. A união da alma com um corpo não faz desaparecer as ideias que nela existem. Pelo contrário, estas vão sendo recordadas à medida que as experiências e a educação as despertam através da educação e da experiência sensível. Platão distingue três 3 partes de alma: a)Alma Racional (razão), sendo superior destina-se ao conhecimento das idéias, localiza-se na cabeça, e tem uma virtude principal, a Sabedoria; b) Alma Irascível – a qual está associada à vontade. Localiza-se no peito e tem uma virtude: a Força Alma; c) Concupiscente – é a mais baixa de todas, constituída pelos desejos e necessidades básicas, está localizada no ventre, e tem como virtude, a moderação.Conhecimento e Realidade - Platão elabora uma teoria segundo a qual o mundo foi criado por um arquiteto divino, o Demiurgo. Este deu forma ao Cosmos, atribuindo a cada coisa uma dada finalidade. A criação foi feita com base nas ideias (modelos, formas) existentes no Mundo Inteligível. O conhecimento através dos sentidos e da razão dão-nos resultados completamente diferentes, podendo no primeiro caso provocar graves ilusões. Os dados dos sentidos apenas nos permitem conhecer cópias imperfeitas das ideias, levando-nos a formular opiniões (doxa) contraditórias e superficiais sobre a realidade. No entanto, a experiência sensível que nos é dada pelos sentidos é fundamental para desencadear o processo de conhecimento. O conhecimento ocorre quando nos recordamos imperfeitamente as ideias que a alma contemplou no Mundo Inteligível, denominando-se o processo por anamnesis (reminiscência). Trata-se do nível mais inferior do conhecimento. O Mundo da Ideias só pode ser intuído através da razão, e implica um corte com os dados dos sentidos a que estamos aprisionados. O conhecimento da verdadeira realidade - as Ideias - passa por três níveis fundamentais: a) Conhecimento sensível - adquirido por meio dos sentidos; b) Conhecimento discursivo - conhecimento da matemática, a única ciência que possui uma natureza não corpórea; c) Conhecimento Intelectivo - Só a Filosofia permite o acesso a este nível de conhecimento, e implica uma ruptura completa com a experiência sensorial.Através destes três níveis, a mente eleva-se do múltiplo, da aparência sensível até o Uno, Universal e Inteligível (Ideias). O conhecimento implica sempre uma ascensão dialéctica, mediante a qual vamos subindo nas hierarquia das ideias, chegando aquelas que englobam todas as outras. No topo da pirâmide, Platão coloca a ideia de Bem, seguida de três ideias que a caracterizam: Beleza, Proporção e Verdade. Estas ideias proporcionam ao mundo ordem, medida e unidade. A compreensão destas ideias só é acessível aos Filósofos.Política - Os fundamentos do pensamento político de Platão, decorrem de uma correlação estrutural com as diferentes almas ou partes de uma mesma alma, criando uma organização social ideal (utópica). (Alma, Cidade, Almas ou partes da alma, Virtude, Classes sociais, Funções na Cidade Ideal, Alma Racional, Sabedoria)Os Filósofos - Supremos Guardiões da Cidade. O governo deve ser entregue a sábios, pois estes são os únicos que ascenderam às ideias superiores de Uno-Bem e Beleza.(Alma Irascível(Thymós), Força, Guerreiros).Para Platão, cada classe social devia apenas dedicar-se à sua função e virtude especifica, só quando isto acontece é que numa sociedade reina a harmonia e a felicidade. A finalidade do Estado é educar os cidadãos na respectiva virtude, assegurando deste modo a sua felicidade.Educação - O sistema educativo encontra-se a serviço do Estado, e possui duas modalidades: a) Uma educação obrigatória, comum a todos até aos 20 anos. Tem por finalidade formar cidadãos no respeito pelas instituições e dedicados à realização das suas funções específicas. Nesta educação fazem parte, entre outras matérias, a música (para permitir o controlo do homem das partes inferiores da alma) e a ginástica (para o controlo do corpo); b) Uma educação destinada exclusivamente a futuros governantes, e que se realizaria entre os 20 e os 35 anos. Esta educação consta de duas fases: a primeira corresponde à aprendizagem das matemáticas, e a segunda ao ensino da dialética e conhecimento das ideias superiores. Platão mudou alguns aspectos deste modelo político, mas manteve sempre a ideia que a razão é que devia governar, sendo a única que podia proporcionar aos cidadãos a justiça e a felicidade.
                   
                                                              fonte:kaiteos.blogsport.com

Etienne La Boétie (1530 – 1563)

Por hora gostaria apenas de entender como pode ser que tantos homens, tantos burgos, tantas cidades, tantas nações suportam às vezes um tirano só, que tem apenas o poderio que eles lhe dão, que não tem o poder de prejudicá-los senão enquanto têm vontade de suportá-lo, que não poderia fazer-lhes mal algum senão quando preferem tolerá-lo e contradizê-lo. Coisa extraordinária, por certo; e porém tão comum que se deve mais lastimar-se do que espantar-se ao ver um milhão de homens servir miseravelmente, com o pescoço sob o jugo, não obrigados por uma força maior, mas de algum modo (ao que parece) encantados e enfeitiçados apenas pelo nome de um, de quem não devem temer o poderio pois ele é só, nem amar as qualidades pois é desumano e feroz para com eles.
(...)
Mas, ó Deus, o que pode ser isso? Como diremos que isso se chama? Que infortúnio é esse? Que vício infeliz ver um número infinito de pessoas não obedecer mas servir, não serem governadas mas tiranizadas, não tendo nem bens, nem parentes, mulheres nem crianças, nem sua própria vida que lhe pertença; aturando os roubos, os deboches, as crueldades, não de um exército, de um campo bárbaro contra o qual seria preciso despender o seu sangue e sua vida futura, mas de um só; não de um Hércules nem de um Sansão, mas de um só homenzinho, no mais das vezes o mais covarde e feminino da nação, não acostumado à pólvora das batalhas mas com muito custo à areia dos torneios, incapaz de comandar os homens pela força mas acanhado para servir vilmente à menor mulherzinha. Chamaremos isto de covardia? Diremos que os que servem são covardes e moídos? É estranho, porém possível, que dois, três, quatro não se defendam de um; poder-se-á então dizer com razão que é falta de fibra. Mas se cem, se mil agüentam um só, não se diria que não querem, que não ousam atacá-lo, e que não se trata de covardia e sim desprezo ou desdém? Se não vemos cem, mil homens, mas cem países, mil cidades, um milhão de homens não atacarem um só, de quem o mais bem tratado de todos recebe esse mal de ser servo e escravo, como poderemos nomear isso? Será covardia? Ora, naturalmente em todos os vícios há algum limite além do qual não podem passar; dois podem temer um e talvez dez; mas mil, um milhão, mil cidades, se não se defendem de um, não é covardia, que não chega a isso, assim como a valentia não chega a que um só escale uma fortaleza, ataque um exército, conquiste um reino. Então, que monstro de vício é esse que ainda não merece o título de covardia, que não encontra um nome feio o bastante, que a natureza nega-se ter feito, e a língua se recusa nomear?
(...)
Até os bois gemem sob o peso do jugo; e na gaiola os pássaros se debatem (...). Em suma , se todas as coisas que têm sentimento, assim que os têm, sentem o mal da sujeição e procuram a liberdade; se os bichos sempre feitos para o serviço do homem só conseguem acostumar-se a servir com o protesto de um desejo contrário – que mau encontro foi esse que pôde desnaturar tanto o homem, o único nascido de verdade para viver francamente, e fazê-lo perder a lembrança de seu primeiro ser e o desejo de retomá-lo?
              
Toda paixão, com efeito, por mais etérea que possa parecer, na verdade enraíza-se tão-somente no instinto natural dos sexos; e nada mais é que um impulso sexual perfeitamente determinado e individualizado. (...)
(...) Pois é a geração futura na sua determinação absoluta individual, que caminha para a existência por meio dessas dores e desses esforços. Sim, é ela mesma que já se agita na escolha circunspecta, determinada, obstinada, procurando satisfazer esse impulso sexual, que tem o nome de amor. (...)
Porém, não é apenas a paixão insatisfeita que tem, às vezes, um desfecho trágico, mas também o amor satisfeito, que com mais frequência conduz à infelicidade que à felicidade. Pois as exigências do amor, colidindo com o bem-estar da pessoa envolvida, são de tal modo incompatíveis com as outras relações da sua vida, que destroem todos os projetos, esperanças e sonhos que foram construídos sobre ela. O amor não apenas está em contradição com as situações exteriores, como também o está, muitas vezes, com a própria individualidade, quando se projeta sobre pessoas que, fora das relações sexuais, seriam odiadas pelo amante, desprezadas e até mesmo repulsivas, Mas a vontade da espécie tem um tamanho poder sobre o indivíduos, que o amante fecha os olhos aos atributos que lhe são desagradáveis naquele que ama; de nada se dá conta, unindo-se para sempre ao objeto de sua paixão, de tal maneira o fascina essa ilusão, que desaparece tão logo a vontade da espécie se satisfaz, restando-lhe uma companheira detestada para toda a vida. Só assim pode se explicar como homens razoáveis e mesmo distintos unem-se a harpias e megeras, e não conseguem conceber como puderam fazer semelhante escolha. Por isso os antigos representavam o Amor de olhos vendados.
(...) Os antigos sentiram isso muito bem quando personificaram o gênio da espécie em Cupido, deus hostil e cruel, apesar de aparência infantil; um deus cruel, por isso mesmo mal-afamado, um demônio caprichoso, despótico e, não obstante, senhor dos deuses e dos homens: Tu, deorum hominumque tyranne, Amor! (Tu, amor, tirano de deuses e homens). Seus atributos são flechas mortíferas, uma venda e asas. A asas indicam a inconstância, que vem geralmente com a decepção, que é consequência do desejo satisfeito.
      
                                                                                               fonte;filosofia no ensino medio                                            


Nenhum comentário:

Postar um comentário